HIV ainda é barreira para aprendizes
“Aprendizes com HIV ainda enfrentam preconceito nas empresas e muitas vezes omitem a sua situação”. A afirmação é do coordenador do Projeto Adolescente Aprendiz, da Instituição Beneficente Conceição Macêdo (IBCM), padre Alfredo Dórea. O programa busca inserir no mercado de trabalho jovens vítimas da exclusão social na cidade de Salvador (BA).
Além de portadores de HIV, são atendidos pela instituição negros e pessoas com deficiência. Atuando há 11 anos, o projeto oferece formações como auxiliar administrativo, auxiliar de serviço bancário e hotelaria, serviços e eventos. A instituição conta hoje com 32 jovens. Eles são encaminhados por 12 organizações parceiras.
De acordo com Dórea, a formação é igual para todos os atendidos. Para os jovens com HIV, há uma orientação para que na formação prática eles se precaverem nas empresas, evitando que sejam vítimas de preconceito.
Ainda não há dados referentes ao número de aprendizes com HIV, mas, de acordo com o Ministério da Saúde, entre 2006 e 2009 quase 12 mil adolescentes entre 13 e 19 anos contraíram o vírus da AIDS. A média de novos jovens infectados no país a cada ano é de 66, além dos que não sabem que contraíram o vírus.
Apesar desses desafios, a Lei de Aprendizagem tem se mostrado um instrumento eficaz para inserir os jovens no mercado de trabalho. “Cada vez mais as empresas pedem experiência. Com a formação de aprendizes, possibilitamos ao adolescente resolver esse problema logo cedo e de uma forma legal”, explica o padre. “Queremos fortalecer a nossa marca que é a formação de aprendizes”, complementa.